Metástases

Metástases são tumores malignos provenientes de tumores primários em outros órgãos, podendo atingir o cérebro e a medula espinhal. São os tumores cerebrais mais comuns e na maioria dos casos são múltiplos.

Normalmente ocorrem metástases cerebrais por disseminação por meio da corrente sanguínea, mas existe a possibilidade de disseminação por meio do líquor. Os tumores primários que mais comumente causam metástases para o cérebro são: câncer de pulmão, de mama, renal, do trato gastrointestinal e melanoma. Cerca de 10% são indeterminados, ou seja, não se conhece a fonte primária.

Os sintomas dependem da localização, tamanho, edema associado às lesões e quantidade de metástases no cérebro. Incluem sintomas secundários ao aumento da pressão intracraniana ou pela obstrução da drenagem do líquor como cefaléia, náuseas e vômitos; déficits neurológicos focais, como perda de força e sensibilidade nos membros, alterações da fala, ou alterações do equilíbrio e marcha; crises convulsivas e alterações do estado mental como depressão, letargia, apatia, confusão.

As metástases do sistema nervoso central são diagnosticadas por meio de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Quando o tumor primário não é conhecido, exames complementares são realizados de acordo com cada paciente para o adequado diagnóstico e tratamento.

A abordagem terapêutica de pacientes com câncer e metástases para o sistema nervoso central deve ser multidisciplinar, contando com médicos de diversas especialidades como neurocirurgiões, oncologistas e radioterapeutas, e profissionais de diversas áreas da saúde.

O tratamento cirúrgico pode ser indicado de acordo com o estado geral do paciente, idade, quadro clínico e características das metástases.

A quimioterapia pode ser indicada de acordo com o tumor primário. A radioterapia deverá ser realizada após procedimento cirúrgico ou até mesmo como primeira escolha em pacientes que não tenham indicação para cirurgia.

Em casos selecionados, a radiocirurgia estereotáxica pode ser uma excelente indicação para estes pacientes. Controla a doença local em 85% a 95% dos pacientes e permite o tratamento de múltiplos tumores em uma única sessão de tratamento.

A radioterapia de cérebro total é a opção para os casos nos quais não é possível indicar a radiocirurgia. Esta técnica oferece o controle da doença microscópica e complementa o controle oferecido pela cirurgia. Além disso, consiste de técnica versátil para os pacientes que não possuem condições clínicas para cirurgia.