Gliomas

Por: neurofocus

Gliomas são tumores do sistema nervoso central. Há basicamente dois subtipos: os gliomas de baixo grau (ex: astrocitoma, oligodendroglioma, oligoastrocitoma, astrocitoma pilocítico, entre outros) e os de alto grau ou gliomas malignos (ex: astrocitoma anaplásico e glioblastoma).

Os gliomas de baixo grau são tumores de caráter infiltrativo, porém crescimento lento. “Os sintomas dependem basicamente de sua localização e tamanho, podendo variar de cefaleia (dor de cabeça), náuseas e vômitos, a crises convulsivas e déficits neurológicos focais, como perda de força de membros e alterações da fala”, explica o neurocirurgião Dr. Carlos Alberto Mattozo. Exames de imagem para diagnóstico são a tomografia computadorizada e ressonância magnética aliada a espectroscopia de prótons e tractografia.

A decisão pelo tratamento é complexa, pois normalmente os pacientes apresentam-se em bom estado geral ou com poucos sintomas. “Tratamento cirúrgico é indicado para biópsia e redução máxima do tamanho das lesões quando possível. Técnicas minimamente invasivas em neurocirurgia auxiliam para minimizar o risco de sequelas”, lembra o neurocirurgião Dr. Milton Manrique Rastelli Júnior.

A neuronavegação e a monitorização intra-operatória podem ser úteis para o planejamento da cirurgia e abordagem do tumor, além do mapeamento de áreas eloquentes (regiões nobres que apresentam função específica como as áreas da fala e motora) do tecido nervoso durante a cirurgia. Dependendo do caso, radioterapia localizada ou radioterapia estereotáxica fracionada são opções de tratamento complementar.

Os gliomas de alto grau, especialmente o glioblastoma, tipo mais comum de glioma, apresentam quadros mais agressivos e de pior prognóstico. Os sintomas são basicamente os mesmos, porém normalmente a evolução com piora destes sintomas é mais rápida devido ao seu crescimento mais acelerado quando comparado com os de baixo grau.

Novamente a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são de suma importância para o diagnóstico. A cirurgia está indicada quase sempre e visa a remoção máxima da lesão, sem no entanto causar dano às estruturas cerebrais adjacentes. Técnicas minimamente invasivas tem o mesmo papel nestes casos. Radioterapia consiste de terapia obrigatória para o controle da doença. Nos últimos anos, surgiram novos quimioterápicos que passaram a produzir efeitos consistentes para o controle destes tumores. Temozolamide e Avastin são os quimioterápicos de primeira linha mais utilizados atualmente.